DealflowBR #19 - Bolha de Tecnologia, Retorno MOIC dos investidores da Postmates, Investimentos VC no Brasil no 1° Semestre e mais...
Os 10 Primeiros Clientes em B2B, a Geração de Valor da Apple e mais links.
Bom dia,
Dois recados para começar:
1) A Isabella, que colabora aqui com a DealflowBR, acaba de lançar o Elas&VC com mais duas parceiras. Trata-se de um movimento que tem a missão de inspirar, informar e conectar mulheres empreendedoras, investidoras e executivas do setor de tecnologia e venture capital. Para conhecer melhor e fazer parte da comunidade se inscreva na newsletter por meio deste link e acompanhe a página do Instagram.
2) Essa semana publiquei um novo texto no Blog da ACE, buscando discutir, a partir de dados do relatório da startup Genome, como serão os Ecossistemas de Startups ao redor do mundo após as mudanças trazidas pela Crise da COVID-19. Clique aqui para acessar o artigo.
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A Atividade de Investimentos VC no Brasil no Primeiro Semestre de 2020
Nessa semana recebi o relatório “Inside Venture Capital” da Distrito sobre a atividade de Venture Capital no Brasil, no primeiro semestre de 2020.
Os dados mostraram uma queda de 51% no volume de investimento no primeiro semestre de 2020 ante ao primeiro semestre de 2019, conforme o gráfico abaixo. No ano passado, foram, atipicamente, investidos US$ 681 milhões em três mega rodadas da Gympass, Loggi e Creditas, lideradas pelo Softbank, que vem reduzindo sua atividade de investimentos.
Já o próximo gráfico mostra a diferença do capital aportado por Venture Capital. Se tirarmos os aportes das mega rodadas, teríamos um crescimento consistente ano a ano.
Isso segue como esperado, na minha visão, com a redução das atividades do Softbank, em razão da fase final de investimento do seu fundo global e pela precaução e seletividade pelos fundos de late-stage. O ponto positivo é que os investimentos Seed e Pre-seed seguem crescendo. Foram investidos nesses estágios US$ 58 milhões reportados no primeiro semestre de 2020, ante a US$ 45 milhões do mesmo período no ano anterior, mostrando o dry-powder dos novos fundos levantados recentemente e a atividade de anjos.
O que também me chamou a atenção no relatório foi a forte atividade de Fusões e Aquisições envolvendo startups. No primeiro semestre de 2020, foram mapeadas 43 operações de M&A de startups, contra 25 no mesmo período de 2019.
O relatório traz outros detalhes e insights sobre as rodadas de M&As de Startups, em relação ao mês de junho e ao primeiro semestre de 2020. Link para o site do relatório Inside Venture Capital.
Opinião: Estamos em uma Bolha de Empresas de Tecnologia?
As ações das empresas de tecnologia vêm apresentando forte crescimento nos últimos anos. Com isso, muita gente sempre comenta e questiona se estamos numa bolha de tecnologia. Isso acontece praticamente todo ano:
Recentemente, o jornal Financial Times reportou que os múltiplos de preço/lucro dos próximos 12 meses (P/E) das 500 maiores ações americanas atingiram os patamares mais altos desde a bolha da internet:
Se está caro comprar ações de empresa de tecnologia, pode ser, ou não. Mas, abaixo, listo alguns pontos sobre por que acredito que não estamos em uma bolha de tecnologia:
O Software engoliu o mundo. Vivemos na era da informação. As cinco mais valiosas empresas americanas são de tecnologia e possuem grande influência no mercado e na sociedade atualmente. Hoje, elas são empresas maduras de tecnologia que, diferente da bolha da internet nos anos 2000, geram caixa (bastante). Além disso, elas continuam investindo muito de seus recursos em pesquisa e desenvolvimento para continuar inovando e gerando valor.
Poucas empresas e de tamanho gigante sempre tiveram participação relevante na bolsa de valores americana. Historicamente, é normal grandes empresas concentrarem grande parte da bolsa cada uma na sua era como, por exemplo, empresas de petróleo (Exxon), indústria automobilistas (GM) e Petroquímicas (DuPont) em meados do século 20.
Investimento privado em Venture Capital vem crescendo consistentemente na última década, dando mais opção de crescimento para as novas empresas e estruturando-as para o mercado público de investimento.
Em relação ao alto patamar do múltiplo de preço/lucro do próximo ano, há alguns fatores em relação à crise que afeta a recuperação e o futuro dos lucros das empresas. Além disso, muitas empresas retiraram o guidance de lucros futuros.
As taxas de juros globais estão em patamares baixos, e algumas até em níveis negativos. Isso faz com que os investimentos de baixo risco não tenham atratividade reduzindo a oferta, direcionando investimentos para para ativos de maiores riscos. Ainda há muito capital ocioso buscando por investimentos mais rentáveis e novos empreendimentos.
Nos últimos anos, a demanda de investidores sobre modelos de negócios e investimentos com foco maior em negócios rentáveis tem sido discutida no ambiente de empresas de tecnologia, dando ênfase ao modelo SaaS, que tem foco em recorrência de receitas, e financiamento por Venture Debt (Dívida para Startups).
O que acha? Faz sentido? Faltou algum ponto ou há algum contraponto importante?
Curtas
Uber Compra a Postmates
Como comentamos na última edição do DFBR, a Uber efetivou uma oferta para comprar a Postmates, startup de serviços de delivery, pelo valor de US$ 2,65 bilhões, sendo a transação feita inteiramente por meio de troca de ações.
Encontrei no Twitter um cálculo que traz uma ideia do retorno dos investidores da Postmates e algumas informações interessantes:
Marketplace B2C realmente se mostra um negócio de capital mais intenso. Foram 9 rodadas institucionais até o exit.
Fundadores e funcionários chaves com ações da Postmates ficaram com pouco menos de 20% do valor da venda da empresa.
Analisando juntamente com a ideia da Matemática do Venture Capital que comentamos na última edição do DFBR:
Para o investidor em Seed (Uncork Capital), apesar das 28x de retorno aos investidores Seed, o TIR (taxa interna de retorno), em 8 anos, ficou em 51% ao ano neste investimento.
Tanto o investidor Spark Capital quanto o Tiger Global tiveram mais retorno, em relação ao TIR, no seu investimento follow-on do que no primeiro investimento.
Como Empresas de Alto Crescimento do Mercado B2B Conseguiram seus Primeiros Clientes
Post interessante sobre como empresas de tecnologia que cresceram muito rápido e atuam no B2B, como Slack, Salesforce, Shopify e Airtable, conseguiram seus 10 primeiros clientes:
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Como a Apple Gera Valor aos seus Acionistas além da Inovação
A Apple é uma empresa à frente em diversos fatores, não há dúvidas, e por isso tem gerado muito caixa nos últimos anos.
Com essa geração de caixa, ela reinveste em P&D para continuar entregando inovação e ótimos produtos. Foram cerca de US$ 16 bilhões investidos em P&D em 2019.
Mas, a geração de caixa parece ser maior do que a capacidade de gerar inovação. Então, onde investir para gerar mais valor para o acionista?
R: Investir na própria ação, recomprando-as do mercado.
Nos últimos 7 anos a Apple recomprou US$ 338 bilhões em suas próprias ações do mercado. Com isso, ela continua gerando muito valor aos seus acionistas.
As ações da Apple cresceram 112x nos últimos 20 anos, com uma taxa de retorno de 26,7% ao ano nesse período.
O que mais temos lido de interessante
Reunião de Conselho de Startups em estágio Seed
Template de deck de conselho de Startups em estágio Seed - NextView Ventures
A importância da tese de investimentos para os VC
Como começar uma Startup
Como validar uma ideia de negócio digital - David Kato
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