DealflowBR #09 - 📲 Software engoliu o mundo e 💻 ZOOM em foco
...e mais 👥Founders e C-Levels | 🐪 Startups Camelos | ☠️ Post-mortem de Startup brasileira....
Bom dia,
Nessa edição não farei análises sobre a COVID-19 por dois motivos:
1) tem muitas pessoas fazendo ótimas análises, como a Mary Meeker da Bond Capital, bem como rodando modelos complexos, como o Florian e a equipe da Loft; e
2) acho que já temos respostas suficientes sobre o que deverá ser feito e algumas implicações que poderão ser geradas. Portanto, acredito que agora seja a hora de recomeçarmos a construir.
Seguindo nessa linha e complementando o meu último post, Marc Andreessen, fundador da a16z, escreveu um dos textos mais interessantes, reflexivos e que mais viralizou nos últimos tempos. Se ele ainda não chegou até você ou se ainda não o leu, faça esse favor a você mesmo (“It’s time to build” ou a tradução livre por Felipe Lamounier no Linkedin).
Ainda sobre este assunto, o artigo sobre “Como, o que e quando construir” faz uma análise bem interessante sobre o artigo do Marc Andreessen e apresenta em que estágio estamos na revolução tecnológica, argumentando que estamos atravessando a fase da “Disrupção” para a de “Reconstrução Macro”.
Obrigado a todos que vêm compartilhando. Se você gostar, compartilhe também com seus amigos e parceiros.
Nos últimos dias, tenho me deparado com muito conteúdo interessante e, por este motivo, iremos direto à uma seção apenas de Curtas nessa edição. Quem quiser se aprofundar mais em algum desses assuntos, fique à vontade em comentar comigo - posso compartilhar mais alguns insights e referências sobre os assuntos abordados.
Vamos lá:
Curtas
#FATO: Software engoliu o mundo
Essa semana as Big Techs começaram a divulgar os resultados do 1T20 no mercado americano e, assim, foi possível começarmos a enxergar os primeiros vencedores e perdedores, bem como os primeiros impactos, de fato, no negócio.
Um gráfico que me chamou muito a atenção foi esse abaixo, da Goldman Sachs, que mostra que as Top 5 empresas mais valiosas do S&P 500 - índice das 500 mais valiosas empresas dos EUA - concentram 20% do valor total. Ou seja, 1% das empresas vale 20% do total! E elas são todas de tecnologia (MSFT, AAPL, AMZN, GOOGL e FB):
Zoom, o isolamento e as Big Techs na cola
A presença digital é uma das tendências que se provou uma dor prioritária do “novo normal”, e nesse mercado a Zoom foi uma das empresas de tecnologia que mais se deu bem. O relatório da Bond Capital nos mostra a disparada de 20x do uso da plataforma por conta do isolamento social.
Com isso, o Google e o Facebook já anunciaram que querem entrar nesse mercado promissor e lançaram suas versões de videoconferências, com características bem similares.
A SeedCamp, investidora seed europeia, fez um post contando como fez três novos investimentos em startups estágio pré-seed, em um processo 100% online, usando Zoom, Telegram e notas. Link do artigo.
Teve também os investidores que se confundiram - ou especularam(?) - comprando ações de outra Zoom - Zoom Technologies - empresa de cibersegurança, inflando o preço dela “sem precedentes”, muito mais do que o da própria Zoom, de videoconferências, fazendo com que a SEC - a CVM americana - interviesse nas negociações.
Founders e C-levels - Acordos e Salários
Recentemente recebi alguns artigos bem interessantes no assunto de relacionamento entre fundadores ou entre fundadores e C-levels de startups:
Essa pesquisa, elaborada pela Canary, traz ótimas referências para informações sobre salários, equity e alguns termos como o de “vesting”entre fundadores e C-levels do mercado brasileiro. Sem dúvida uma ótima referência.
Para quem quiser se aprofundar mais no assunto de Plano de Stock Options de startups, e algumas referências globais sobre o tema, recomendo esse report completo da Acción.
Internet em saturação
Achei esse texto bem interessante sobre a maturação da internet e para onde isso está nos levando.
O autor traz bastante base para argumentar que a penetração e uso da internet já está bem alta no mundo, combinado com o alto fluxo de investimento de venture capital, valuations crescentes e guerra por aquisição de usuário a qualquer custo. Com isso devemos ter (como o próprio autor chama) “aceleração do jogo de soma-zero”, com o crescimento das empresas de tecnologia em geral diminuindo e menor tempo de vida das empresas. Há alguns pontos que, na minha opinião, são discutíveis, mas que ainda assim é um belo artigo que traz uma ótica importante e dados para se monitorar. Link do Artigo.
Startups Camelos
Eu ainda não consigo apostar se no “novo normal” teremos a mesma taxa de novas “startups unicórnios” como em momento pré-crise. Mas, pra mim é claro que, no momento atual, as startups mais quentes são as que conseguem crescer com rentabilidade. Esse tipo de empresa está sendo chamado de “Camelo”, porque tem como características:
Estar pronta para se manter em longos períodos de seca nos negócios;
Controle dos custos e levantamento de capital quando realmente precisa;
Foco no longo prazo; e
Investe em crescimento na hora certa.
A forma de gerir e investir em startups tradicional da última década já vinha sendo criticada e discutida. A intenção era mudar para um modelo mais rentável, principalmente por causa do mercado financeiro, como em IPOs de empresas de baixa rentabilidade, e por causa de algumas grandes falhas midiáticas em investimentos, como o da WeWork. Agora, o modo de gestão de “startup camelo” deverá prevalecer pelo menos no curto e médio prazo.
Alguns investidores fizeram ótimos textos para falar sobre queima de caixa e eficiência de capital, qualidade do lucro bruto e sobre a importância de Crescimento vs. Lucro. Vale colocar na lista de leitura e incorporar os melhores insights:
O múltiplo da queima de caixa. Bom material para como se pensar sobre eficiência de capital. (David Sacks - Craft Ventures)
Nem toda margem bruta é a mesma coisa. Comparativo entre a Adyen, de meio de pagamento, e a Macy’s, loja de departamento. (Fred Wilson - Union Square Ventures)
A nova forma de olhar Crescimento vs. Lucro. (Pete Flint - NFX)
Post-Mortem: Startup TESTR
Textos de post-mortem de startups são sempre, na minha opinião, as leituras mais úteis sobre gestão de startups. Eu acho muito generosos e, de certa forma, corajosos os fundadores que escrevem textos buscando fazer uma autópsia dos desafios e da invalidação dos seus negócios, disponibilizando seus erros de decisão ou caminhos errados de mercados, para outros empreendedores.
A TESTR, startup de teste de experiências de usuários para plataformas e software, foi uma startup com que trabalhei na minha época de ACE. Elisa Volpato, CEO e Cofundadora, escreveu esse ótimo texto com uma análise bem interessante sobre os desafios enfrentados e aprendizados do mercado de UX em “O fim da TESTR”.
Como serão pagas as dívidas do governo
Bom artigo explicando sobre como os EUA pagarão todo endividamento levantado para financiar o país durante a crise. Na verdade, sobre como não precisarão pagar, assim como eles fizeram no pós-guerra. Boa leitura! Link para o artigo.
Ourtos Links & Assuntos Atuais
O momento COVID-19
Monitoramento Global de Demissões em Startups - Layoffs.fyi Coronavirus Tracker
M&A de Startups
Empresa nacional de medicina é vendida e gera retorno de seis vezes para o Criatec - Startupi
Via Varejo compra empresa de tecnologia logística ASAPLog - ÉpocaNegócios
Startup Squid, de marketing de influência, compra curitibana Duopana - Exame
#Playlist |👂🎧 ou Resultados das Tech
Podcast do LikeaBoss com Fabien Mendez, CEO/Cofundador da Loggi - Interessante história do empreendedor que havia falhado ao tentar fazer uma Uber no Brasil - antes da Uber começar a operar aqui - e, depois disso, como foi mais fácil levantar investimento anjo mesmo depois de ter falhado. Agora, como a Loggi foca em um crescimento saudável e alguns papéis do CEO de uma startup bem avançada. Link para ouvir no Spotify (41 min)
É isso :)
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Guilherme Lima (sobre mim)
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