DFBR #62 - É Hora de Lidar com a Nova Realidade
E mais, a Dívida de Cultura, Perguntas Extremas pro seu Negócio, SpinOut e Propriedade Intelectual e mais...
Boa tarde!
Mais uma edição da DFBR! Começando com algumas mensagens da casa:
Corrigindo: Na edição passada, um leitor gentilmente me corrigiu que a carta da Ben & Jerry's não foi escrita pelos cofundadores. Foi apenas um exercício de um escritor de blog. Me confundi dentro das minhas capturas e notas. Para quem gostou do tema e quiser ouvir dos cofundadores como foi a construção da Ben & Jerry's, neste podcast "How I Built This" eles contam bem abertamente a trajetória de construção da marca de sorvete, que é bem alinhada com a carta mencionada na edição anterior. É um belo episódio.
Value Investing em VC: Convido a todos a ler esse post da Laura, GP da Astella, sobre como fundamentamos a discussão de valuation dos nossos investimentos. Ter fundamentos nos traz às nossas bases e o pragmatismo nos faz racionalizar e poder repensar diante de emoções, como de FOMO, e da realidade. Tenho orgulho de termos esses fundamentos e de aprender com eles.
Startup Fever: Último lembrete que no próximo sábado (dia 25/06) eu participarei de painel, ao lado do Rodrigo Dantas, da Vindi, e do Renato Ferraz da EasyB2B, para falar de Valuation em SaaS no Startup Fever. Um belo evento que contará com uma programação e convidados bem interessantes, além do networking. Um bom programa de sábado. Para comprar o ingresso com 30% de desconto, você pode usar o código FEVER30 e comprar aqui no site do evento.
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Lidando com a Nova realidade
A Angellist, plataforma de conexão entre investidores e startups, e que administra também os investimentos, lançou uma plataforma de visualização em real-time dos dados dos deals que rodam dentro do seu ecossistema. Os dados já mostram uma menor atividade de Seed e Pre-seed, assim como os valuations acomodando para baixo nesse estágios. E poderia apostar que essa será a tendência, pelo menos dos próximos meses.
Com todo esse clima instaurado no mercado de tecnologia, o pêndulo do poder de barganha no fundraising, e das escolhas, virou para o lado do investidor.
Com isso, acredito que investidores agora irão subir a barra e buscar oportunidade óbvias de geração de valor para os investimentos, por empresas extremamente eficientes e que podem ser oportunidades de dominação pelas vencedoras, ou até por meio de Flatrounds, ou até em Downrounds.
Sobre os down-rounds e a posição inferior dos empreendedores em captação, Brad Feld, um dos mais experientes VCs na atualidade, traz um conselho de muita razão para Down-Rounds como sendo a realidade a ser enfrentada e realinhada. Eventualmente, isso pode ser a melhor coisa a se fazer, lidar com a nova realidade. Ele sugere que se tiver que fazer uma rodada a um valuation menor ou uma rodada com uma estrutura esquisita (preferências de liquidação, e outros direitos muito fora do padrão), ele aconselha a fazer o ajuste de valuation à realidade.
"While my optimistic personality hopes this downturn/adjustment is short-lived, I fear it won't be. So, as an entrepreneur, I encourage you to deal with reality."
Lições de Cultura do Cofundador do Hubspot
Ouvi um episódio do podcast da 20VC com Dharmesh Shah, cofundador do Hubspot. Ele traz vários aprendizados, mas um dos que achei mais interessante foram em relação à Cultura da empresa:
Segundo Dharmesh, a sua maior lição como empreendedor foi a da Dívida de Cultura. Diferente do Technical Debt (dívida técnica), em que se sabe que vai ter bugs e que vai ter que voltar lá algum dia e resolver os problemas do produto para pagar aquela dívida, o Culture Debt é o pior tipo de dívida que a empresa pode ter. Acontece quando você contrata alguém errado — uma pessoa 'idiota' que distorce — que ninguém quer estar perto. Essa é a dívida mais traiçoeira porque você não sabe o quanto isso pode custar e, como um vírus que não é possível enxergar, ela escala dentro da empresa rapidamente, e permanece nos que ficam.
Traduzindo livremente uma fala dele:
"Na dívida financeira, se você passa um cheque, você paga. Dívida Tecnológica (de produto), se você reescreve o código, você paga. Na Dívida de Cultura, 16 anos depois, como nós estamos agora, você ainda está pagando esse preço."
A segunda lição dele é o Culture Code Deck, tratando como um Deck de um Produto. Segundo o Cofundador da Hubspot, a Cultura é um produto. Assim como construímos o produto para os clientes, construímos a cultura para colaboradores, praticamente da mesma forma que constrói o produto perguntando aos clientes o que eles querem e resolvendo os "bugs" que impedem de terem sucesso.
Além disso, ele traz bons conselhos sobre expandir as vendas de PME para Enterprise e como ele faz investimento anjo, entre outros.
Outras Leituras e Links Interessantes
Perguntas extremas para estimular a construção de uma empresa
Adorei esse post com diversos questionamentos extremos que provocam a pensar de forma diferente sobre os próprios negócios, além de poder estimular para uma maior excelência em diversas áreas. Mesmo quando as coisas vão bem, é possível fazer perguntas para melhorar ainda mais. A primeira das perguntas é muito boa, por exemplo:
"If you were forced to increase your prices by 10x, what would you have to do to justify it?"
Bill Gurley (cofounder Benchmark Capital) contando sua experiência em crises, e comparando a crise atual com anteriores:
Estudo sobre Spin Out de projetos acadêmicos
Sempre tive muita dúvida sobre e pouca visibilidade sobre os projetos de tecnologia que saem das universidades. Para quem se interessa em propriedade intelectual e projetos que começam dentro das universidades, esse estudo traz vários benchmarks e insights sobre dificuldades para fundadores, sobre royalties e as trocas de valor, entre outros.
Analisando o Ycombinator
Thread com uma análise do histórico do YCombinator. Neste tweet ele mostra a visualização dos resultados entre investimentos ativos, exits, IPOs e os não sucederam:
Facebook quer ser mais Tik Tok
Facebook plans ‘discovery engine’ feed change to compete with TikTok - The Verge
Problema complexo esperado pela Amazon no futuro
Amazon’s workforce turnover is so high that it could run out of people to hire by 2024 - Vox
Obrigado e boa semana. 🚀
Abraço,
Guilherme Lima (sobre mim)
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Nota final: a DealflowBR é minha newsletter pessoal sobre o mercado VC e de Startups. Todas as opiniões colocadas aqui são minhas e não expressa necessariamente a visão da gestora pela qual eu trabalho. São opiniões e conteúdos com o objetivo único de levar conhecimento e discussão, e NÃO qualquer tipo recomendação de investimento. Fique a vontade para discutir comigo abaixo nos comentários.