DFBR #36 - 1 ano🍾, Números do YC e as Leis de VC, SPACs na LATAM, Micro Private Equity e mais...
...Clubhouse, Salesforce, Setores Quentes e mais. 20% de insights e 80% de curadoria de conteúdo sobre VC e Startups ~1500 palavras (8 min de leitura)
Bom dia,
Começando a semana com mais uma edição. Esta está extensa e espero que renda boas leituras e aprofundamentos ao longo das próximas semanas pra você.
Primeiro, uma celebração🍾.
1 ano de DealflowBR 🎉🎈🎂
Eu já tenho escrito bastante por aqui, sobre o quanto eu gosto e sou grato de poder escrever na DealflowBR e sobre o quanto eu recomendo pessoas a criarem um canal de escrita, para compartilharem o que têm pensado e criarem conexões de valor.
Para esse marco, eu fiz um novo post no Medium da DFBR sobre essa experiência e os aprendizados desse ano, de forma bem pessoal, sobre escrever online, newsletter e minhas reflexões sobre isso. Boa leitura. Link para o texto.
Clubhouse
O assunto mais falado na última semana.
Pra quem ainda não sabe Clubhouse é um app de rodas de conversas online, via áudio, que já vale US$ 1 bilhão. O aplicativo ainda tem a limitação de só estar disponível para iOS, e precisa de convite. Os convites estão chegando para o público brasileiro agora. Na última semana recebeu um tsunami de pessoas do Brasil ingressando na plataforma.
Ainda está um pouco confuso e conversas muito aleatórias, mas ainda é possível encontrar boas discussões.
Estou como co-host de duas discussões para essa semana do dia 08 de fevereiro, são elas:
Na quarta-feira, dia 10/02, as 18h30, eu e o Pedro Waengertner da ACE vamos discutir algumas tendências em mercado de Startups e investimento em tecnologia. O palco estará aberto pra quem quiser participar. Este é o link do evento.
Na quinta-feira, dia 11/02, as 18h30, eu e o Daniel Chalfon, sócio da Astella, vamos fazer uma discussão sobre Startups Direct-to-Consumer(D2C) no Brasil. Daniel também é conselheiro de empresas D2Cs. A discussão terá a participação do Gui Campos, CEO e Co-founder da Dr.Jones, uma das Startup D2C que mais cresce no Brasil. Esse é o link do evento.
Sobre Corporate Venture Capital
Para o blog da Astella, eu também escrevi sobre Corporate Venture Capital e como empresas estão investindo em Startups. Temos notado um aumento nos números de conversas e interesse de empresas e executivos em alocar seus recursos e criar opcionalidade por meio de investimentos em Startups. Esse texto mostra um pouco como temos enxergado. Link para o texto.
Agora, vamos para mais uma edição.
Boa leitura!
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SPACs chegando na América Latina
Já falei um pouco em outra edição sobre o que são os SPACs (Special Purpose Acquisition Vehicle) mas, apenas para relembrarmos, os SPACs são empresas de “cheque em branco”, que levantam recursos via oferta pública, sem nenhum ativo, para fazer aquisição de uma empresa, normalmente privada, e assim levar as ações dessa empresa adquirida para negociação em bolsa. Recomendo a leitura do texto que fiz na edição #27, para quem quiser entender melhor o que são e porque estão retomando esse modelo de negócios.
Mas, agora, depois do boom de novos SPACs nos Estados Unidos no último ano, começam a aparecer os primeiros SPACs que farão aquisição de participação de empresas latino-americanas. Segundo algumas matérias, já são pelo menos quatro.
Um deles, do Softbank, tem como gestores os brasileiros Marcelo Claure e Paulo Passoni. De acordo com o Brazil Journal, será um SPAC de US$ 200 milhões para adquirir participação em uma empresa latino-americana de tecnologia. Ela poderá ser do próprio portfólio do Softbank.
A mesma matéria lista outros dois SPACs que miram empresas latino-americanas, são elas: (i) Itiquira, de ex-executivos do Credit Suisse e Grupo EBX, que levantou US$ 200 milhões, com forte demanda, e (ii) a HPX, de ex-3Gs, que já captou US$ 220 milhões.
Outro SPAC anunciado recentemente foi o da Alpha Capital, liderado pelo ex-presidente da Qualcomm e ex-executivos da Letgo, e com o nome de coliderança da gestora brasileira de investimento VC late-stage, a Innova Capital.
No Brasil
No Brasil, não há regulação específica para SPACs, mas já começam a falar do assunto em painéis de investimento em eventos. "Dando um Google" encontrei no site da CVM que houve uma audiência privada, nos últimos dias, com o assunto "Implementação no Brasil de SPACs", solicitado por advogados do Demarest Advogados. É provável que tenhamos notícias sobre o assunto aqui no Brasil.
Dados do Portfolio do YCombinator e as Leis de VC
Achei esse artigo interessante, pois analisa as 137 mais valiosas empresas do portfólio de mais de 2500 empresas investidas.
Elas representam cerca de 5% do número de empresas do portfólio, e o valuation combinado delas é de mais de US$ 300 bilhões. Não há o valor total do portfólio, mas elas devem representar a grande maioria desse valor.
Se somarmos o valuation do AirBnB, Doordash e Stripe, eles representarão mais da metade da soma dessas Top 5% (137 empresas).
Outro dado muito interessante foi sobre a idade vs. valuation das empresas. Apesar de a maioria das empresas Top 5% terem poucos anos de vida (menos de 5 anos), a diferença de valuation médio das empresas mais antigas, de mais de 8 anos, com as de meio prazo, de 5 a 8 anos, é bem larga.
Algo importante que pode se concluir desse estudo, parafraseando o autor, é que, para investidores, a principal implicação disso é que startups sérias, ou de verdade, criam valores reais.
Setores Quentes
Post do Tomasz Tunguz, com dados dos setores que mais têm crescimento do número de rodadas de investimento. Como o autor cita, grande parte deles são os que foram mais impactados positivamente pela pandemia.
Micro Private Equity
Li esse artigo sobre a atuação dos investidores de Micro Private Equity e achei bem interessante. Ele os define como grupos de investimentos para fazer aquisição em empresas de valor abaixo de US$ 5 milhões, que buscam negócios pequenos e “não empolgantes”, mas boa geradores de caixa.
Eles mostram o exemplo da empresa Thras.io, uma holding que compra pequenas empresas que vendem no marketplace da Amazon. A partir disso, repaginam a listagem e ranqueamento dos produtos, ajustam o marketing e supply chain. Com isso, ela se tornou a empresa a chegar ao valuation bilionário mais rápido.
O playbook desses investidores no geral é semelhante: identificar um mercado que possa crescer, adquirir diferentes ativos e depois construir uma empresa única com as melhores peças para captar recursos e crescer de forma rentável.
Neste link, tem uma boa listagem de empresas e gestores de Micro Private Equity.
Como engajar seus investidores
Achei esse post com boas dicas de como engajar seus investidores. Existem muitas Startups que fazem rodadas com diversos investidores e geralmente não se aproveitam desse relacionamento ou não facilitam para que agreguem valor. As dicas, em geral, exigem bastante alinhamento e comunicação efetiva com os investidos.
Algumas dicas da autora que achei legal:
Determinar e comunicar como costuma trabalhar com investidores e o que espera deles.
Relembrar investidores constantemente sobre seu ICP (Ideal Customer Profile) e sobre terem um pitch deck de vendas pronto para dispararem.
Compartilhar perfis para recrutamento, que são conexões de primeiro grau no LinkedIn dos investidores, para que te introduzam.
Como ela menciona, se comunique e compartilhe deliberadamente.
A experiência que eu tenho é que é realmente difícil engajar alguns investidores, mas fica muito mais fácil se você facilitar o processo e tirar o máximo das fricções.
O poder do SaaS e o crescimento da Saleforce
Essa tabela abaixo é muito interessante. Apesar de muita controvérsias em relação às suas soluções, a Salesforce não teve nenhum queda de receita trimestral nos últimos 15 anos e, o mais impressionante, o menor crescimento anual foi de 19% nesse período.
Uma performance espetacular para uma das empresas pioneiras do modelo SaaS (Software-as-a-Service).
Esse post faz um deep-dive na empresa contando um pouco da história, do ecosssistema da Salesforce e da recente compra do Slack.
O que mais temos lido de interessante
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Guia de Plano de Opções de Ações - Basement
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