DealflowBR #42 - Índice de Empresas Tech BR
E mais, M&A das Bigtechs, Follow-ups de retornos Coinbase, retornos de Venture Capital, e a Tiger Global e a velocidade em Venture Capital, e mais diversos links...
DealflowBR é uma newsletter pessoal de colaboradores, enviada quinzenalmente, sobre Startups, Venture Capital e Investimentos em Tecnologia, em que ~80% é uma curadoria de conteúdo que tenho lido e ~20% são análises próprias, insights e outros devaneios.
Bom dia,
Começando a newsletter algumas com coisas do meu lado pessoal que vale compartilhar:
Na última semana participei de um evento online da Stark Capital, sobre fundraising para empresas de tecnologia, junto com João Kepler da Bossanova e do Paulo Passoni do Softbank. Acho que ficou legal o conteúdo trocado entre os três investidores de estágios e experiências diferentes. Link da gravação no Youtube.
Outro conteúdo interessante foi o mashup dos podcasts da Astella Playbook e ACE Growthaholics. Especialmente pra mim, achei bem legal porque são quatro pessoas que trabalho e que trabalhei que admiro muito, trocando ideias.
Foram dois episódios. O primeiro com Edson Rigonatti e Daniel Chalfon, da Astella entrevistando o Pedro Waengertner e o Mike Ajnsztajn, da ACE, pelo Astella Playbook e, em seguida, invertendo entrevistadores e entrevistados pela Growthaholic.
Sobre essa edição da DealflowBR, esse são alguns dos assuntos que abordaremos:
A performance de 23 empresas brasileiras de tecnologia em bolsa.
As centenas de aquisições das quatro BigTechs (Amazon, Apple, Google e Facebook) e a estratégia de M&A programático
Follow-up da semana passada sobre Coinbase e o Retornos de Venture Capital e Tiger Global e velocidade de investimentos de Venture Capital
E, como sempre, os diversos links de artigos e matérias interessantes que li sobre Empreendedorismo & Startups, Venture Capital e Investimento de Tecnologia
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Índice Tech BR (ITBR) da DealflowBR
Com o objetivo de trazer mais análises de dados de empresas de tecnologia do Brasil, convidei o Alan Bermanzon para colaborar na DealflowBR. O Alan é formando em engenharia de produção pela UFRJ, e hoje trabalha como estagiário na área de Funding e Data Analitycs na Biz Capital, startup de crédito para pequenas e média empresas.
Nos conhecemos pelo seu interesse na DealflowBR e em Venture Capital em geral, e gostei bastante das habilidades dele, além de já ter bom conhecimento e forte interesse por Venture Capital. Acho que ele poderá contribuir bastante com algumas análises que faremos aqui.
Para começar, criamos um índice das ações das empresas brasileiras, e analisamos a performance delas em relação a outros índices. A ideia é entender se, assim como lá fora, as empresas de tecnologia brasileira performam o mercado.
Planejamos atualizar e divulgar o índice atualizado com regularidade por aqui, além de trazer novas análises dessas empresas, para que possamos ajudar análises e entendimento do comportamento de mercado e de referências para empreendedores de empresas de tecnologia.
Sem mais delongas, o texto e a análise do Alan:
“No fim dos anos 60 foi criado o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) pelo que hoje é conhecido como B3. A sua criação está ligada a uma série de reformas que tinham por objetivo a modernização e a estruturação do mercado financeiro do país. O índice surge em meio à uma necessidade de se ter ferramentas e técnicas para avaliação de mercados.
Como aqui falamos de investimentos em tecnologia, e não há uma análise aberta de um indicador da performance de empresas brasileiras de tecnologia na bolsa, montamos a nossa, que estamos chamando de Índice Tech BR (ITBR).
Ele é formado por 23 empresas tech brasileiras, algumas delas listadas fora do Brasil: AFYA, ARCO, BANCO INTER, BEMOBI, B2W, CSU CARDSYSTEM, MELIUZ, ENJOEI, INTELBRAS, LINX, LOCAWEB, MOBLY, MERCADO LIVRE*, MOSAICO, NEOGRID, PAGSEGURO, POSITIVO, SINQIA, STONE, TOTVS, VALID, WESTWING e XP.
O critério para escolha das empresas são, basicamente: (i) empresas que o core do seu modelo negócio é a comercialização produtos ou serviços de tecnologia ou software e/ou (ii) que já nasceram empresas 100% digitais.
Dentro do indicador, usamos o modelo de proporção por pesos iguais - ou equal weights, usado bastante em ETFs. À medida que novas empresas de tecnologia abrem capital e são adicionadas ao índice, nós renivelamos os pesos entre as empresas.
Para essa primeira análise, começamos o indicador a partir de 2 de janeiro de 2020, para entender como foi a performance das empresas de tecnologia durante a pandemia.
Pode-se observar que em Abril de 2021 o índice possui uma valorização de mais de 85% em relação ao seu início, em Janeiro de 2020, ganhando do índice da bolsa da NASDAQ, referência global de empresas de tecnologia, que obteve um crescimento de cerca de 55%, e do IBOVESPA, que obteve crescimento inferior a 1%.
Tendo como período de sua desvalorização máxima, -47%, em Março/2020, quando estourou a pandemia no país e os diversos circuit breakers, pode-se perceber que o indicador apresentou sinais de forte de retomada, atingindo valores pré-pandêmicos em menos de três meses de seu maior declínio enquanto o IBOVESPA precisou de mais de 9 meses para se recuperar.
Por que o índice cresceu tanto? É possível notar que, ao final de 2020, o índice ultrapassou o índice da NASDAQ, atingindo o maior retorno entre os três índices analisados. Esse desempenho em 2021 foi influenciado, principalmente, pelo Banco Inter que obteve uma incrível valorização de 145%, a Positivo com uma valorização maior que 120% e a Meliuz com valorização acima dos 90%, sendo as três das ações de empresas tech brasileiras que apresentaram maior valorização no ano”
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Disclaimer: As análises e opiniões são exclusivas dos autores e eu não queremos, nem podemos, fazer indicação de investimento. Espero apenas que esse texto possa te trazer alguns insights para suas análises e para sua vida empreendedora ou investidora.
Estratégia de M&A das BigTechs
Fazia tempo que não eu falava das BigTechs por aqui. Volto com o tema porque me deparei com esse artigo muito interessante - e com uma bela interatividade visual de uma linha do tempo - sobre as centenas de aquisições das Big4 de tecnologia, e como elas usam o M&A a seu favor para ganhar outros mercados. Em suma, é possível notar que a estratégia de M&A focou primeiro na consolidação dos seus mercados principais e em seguida na aceleração de ida a outros mercados e lançamento de novos produtos.
Ao navegar pelos gráficos, como no exemplo abaixo do Google, é possível identificar que inicialmente maior número de aquisições para crescer e se tornarem mais relevantes no seu mercado original, e depois investem em outros mercados adquirindo empresas, com cadência, e pautadas em estratégia de inovação.
Complementar a este assunto, esses artigo cobre um pouco da estratégia de M&A da Apple. A matéria mostra que a empresa mais valiosa do mundo fez 100 aquisições nos últimos 6 anos - cerca de uma nova aquisição a cada 3 ou 4 semanas ("!) -, aquisições na maioria das vezes pequenas, e muitas vezes apenas como acquihires, aquisições com o intuito de trazer a equipe da empresa adquirida para dentro da Apple.
E tem mais.
Para quem se interessa em M&A de grandes empresas, esses artigos da McKinsey (artigo 1, artigo 2) apresenta sobre o M&A Programático, e como as empresas que fazem aquisições pequenas e em série, historicamente, geram mais valor do que aquisições transformacionais ou seletivas.
…
Resultados do 1T21 das BigTechs:
Além disso, vale comentar rapidamente o impressionante crescimento que as as maiores empresas de tecnologia seguem apresentando nos seus resultados trimestrais. Abaixo, alguns destaques do crescimento de receita, referente aos últimos 12 meses, período que passamos a 100% em meio a pandemia:
Tesla: +73.6%
Apple: +53.6%
Facebook: +47.5%
Amazon: +43.8%
Google: +34.4%
Netflix: +24.1%
Follow-Ups da última edição
Coinbase e os retornos de Venture Capital:
Na última edição eu falei sobre os ganhos gigantescos de VCs com IPO da Coinbase. Recentemente, me deparei com um tweet de uma lista não-oficial de ganhos históricos gigantes de investimentos de Venture Capital. Alguns deles foram:
Naspers investindo na Tencent (2001): investiu $32m -> retornou $250Bn (7.800x)
Softbank na Alibaba (2000): investiu $20m -> retornou $100Bn (5.000x)
Eduardo Saverin no Facebook (2004): investiu $15k --> $14B de retorno (866.666x)
Peter Theil no Facebook (2004): $500k --> $1B (2.000x)
Sequoia/Kleiner na GOOGL (1999): $13m --> $20B (1.500x)
Jeff Bezos na Google (1998): $250k --> $5B (20.000x)
Andy Bechrolsheim na Google (1998): $100k --> $1.5B (15.000x)
Ainda sobre a Coinbase, achei interessante o post do CPO da empresa sobre o "Projeto 10%”, e como eles cultivam a cultura de inovação.
Eles detalham como fazem e como alocam os recursos entre inovação, atividades estratégicas e o core-business:
"Nossa resposta é o Projeto 10 por cento, um novo programa interno projetado para gerenciar nossas apostas em inovação disruptiva. Os "10%" se referem à quantidade de recursos que estamos dedicando para apoiar essas grandes apostas, de acordo com nossa filosofia de que 70% do nosso tempo deve ser focado no trabalho principal, 20% em apostas estratégicas e 10% em experimentação inovadora.
Então, como definimos “inovação disruptiva” que se torna projetos de 10%? Eles são definidos por seu impacto potencial nos negócios - que criam uma mudança relevante para os nossos usuários, métricas ou nossas capacidades.”
CrossOver Funds, Tiger Global e Velocidade de Investimentos Venture Capital:
O follow-up sobre a Tiger Global e os fundos crossovers, é que não deve terminar tão cedo. Eles continuam a todo vapor, anunciando cerca de um investimento em late-stage por dia, praticamente:
Nesta linha, a velocidade de investidores de Venture Capital é o assunto da vez em Venture Capital e discutido nesse artigo do Jefrey Bussgang, da Flybridge Partners. O autor comenta que, devido a remoção de qualquer atrito que existia no processo de fundraising em tempos de pré-pandemia e operações distribuídas, está mais simples para se encontrar com novos empreendedores e juntar sócios para se reunir em novos comitês de investimentos e decidir investimento.
Um artigo recente do Crunchbase mostra que investidores Private Equity ou Hedge Funds bateram record de participação em rodadas de Series-A e Series-B:
O que mais temos lido de interessante
Para Empreendedores e Startups
Análise da estratégia e avaliação de valor da Calendly: Uma empresa ‘feature’, ou a Docusign de agendamento, que vale mais de U$4bn - Sacra
Interessante artigo da Magma Partners falando sobre o paralelo dos Founders de ‘Status de Elite’ e os ‘empreendedores subestimados’ - Magma Partners
Venture Capital
“A estratégia de um fundo de Venture Capital é o tamanho dele”. O Daniel Chalfon, aqui da Astella, costuma dizer bastante isso aqui na Astella. Essa ferramenta de simulação de Construção de Portfolio de Fundos de Venture Capital mostra o quanto maior o fundo, maior o desafio de retornos. - Kauffman Fellows
Abrindo o capô: um olhar mais próximo à Stripe, empresa de capital privado mais valiosa dos EUA - Crunchbase
Um Screenshot das rodadas Early Stage SaaS no Brasil em 2021 - Distrito / abseed
Produtividade: Playlists para foco
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Alan já começou com uma boa análise! voa dealflow 🚀
Muito bom Guilherme, excelente curadoria! Obrigado pela dedicação.