DealflowBR #30 - Como a Apple se Organiza, Investidores da Quibi perdem US$ 1,5 bn em seis meses, IPO da Ant e mais...
Bem-vinda(o) a mais uma edição do DealflowBR, newsletter para discussão de assuntos relacionados a Venture Capital e Investimento em Empresas de Tecnologia
Olá,
Na última semana, saíram alguns posts bem legais no Medium da Astella que recomendo a leitura. São eles:
Sobre Valuation de Startups: Eu, junto com o Marcelo Sato, Partner da Astella, desconstruímos e apresentamos o processo de valuation de novos investimentos em Startups por um fundo de Venture Capital. Nesse exercício, chegamos a uma tabela que, generalizando as nossas crenças e o momento de mercado, chega a uma precificação por estágio nos patamares apresentados abaixo. Link para o artigo.
Os 12 pilares para o crescimento exponencial e eficiente: Na minha primeira semana na Astella, eu vi a apresentação de abertura do Edson Rigonatti, sócio e fundador da Astella, para o Astella Expert Network (AEN), sobre os 12 princípios de crescimento e me explodiu a cabeça pela alta clareza e insights. Agora, ele colocou esse conteúdo em um belo texto que deverá ser um dos melhores e é quase um manifesto sobre como a Astella olha para investimentos em early-stage. Link para o texto.
Como mensurar o Product-Market Fit: Ainda no blog da Astella, o Lucas Abreu, analista, fez um post bem legal sobre como medir e entender o Product-Market Fit por meio de pesquisas de satisfação. Link para o artigo.
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Lembrando: na edição anterior, eu fiz um link para um formulário de pesquisa (3 perguntas) para buscar conhecer a rede de inscritos da DFBR, gerar conexões e criar valor para os inscritos na newsletter. Até agora tem sido muito legal interagir. Se não preencheu, agradeceria bastante:
Nesta edição:
A Organização Funcional para a Apple se Manter Inovando Ano Após Ano
Quibi - US$ 2 bilhões captados e nenhum Product-Market Fit
Ant Group - O Maior IPO do Ano (quase)
Comentários Sobre a Aquisição da Vindi pela Locaweb
O Êxodo de San Francisco e as Implicações no Mercado Imobiliários
Boa leitura!
A Organização da Apple para Continuar Inovando
Esse artigo da HBR descreve como a Apple organizou sua gestão, para passar de 8.000 funcionários e R$ 7 bilhões em receita em 1997 para 137.000 funcionários e R$ 260 bilhões de receita em 2019, entregando contínua inovação. A mudança principal, em termos de organização, foi passar do modelo convencional de business units para um modelo de organização funcional.
O modelo conta com experts funcionais com poder de decisão. Para isso, considerando um mercado que muda muito rápido e possui alta disrupção, contam com pessoas de forte intuição e bom julgamento sobre os seus assuntos. Contar com especialistas, ao contrário de diretores de unidades de negócios, aumenta as chances de acertar no desenvolvimento de produto e mercados. Além disso, as pessoas têm incentivos alinhados para melhor construção de sua função para o longo prazo e agregar continuamente no produto.
Então, os três pilares de líderes funcionais da Apple são (i) conhecimento profundo, (ii) imersão aos detalhes e (iii) vontade de debater colaborativamente. E, para escalar a liderança dentro do alto número de colaboradores e tomadores de decisão, criaram um framework para visualizar seu portfólio de atividades. Link para o artigo.
Quibi: $2 Bilhões Captados e Muita Indigestão
A Quibi, plataforma de streaming de filmes e séries independentes, liderada por grandes nomes como o cineasta e antigo chairman da Disney, Jeffrey Katzenberg, e pela antiga CEO da HP e membro de conselho de diversas empresas de tecnologia, Meg Whitman, sucumbiu.
Em menos de um ano, eles haviam levantado quase US$ 2 bilhões, pré-lançamento, mas tiveram dificuldades de encontrar o Product-Market Fit.
David Sacks (investidor VC e ex-COO do Uber) fez um tweet com ótima colocação, lembrando que não se consegue pular a fase o Product-Market Fit de uma Startup, você precisará encontrar o seu market fit (e não necessariamente precise de US$ 2 bilhões para isso):
Agora, com o fechamento da empresa, a Quibi vai devolver cerca de US$ 350 milhões que sobraram para os investidores. Impressionante é ver a longa lista de investidores com alguns grandes nomes de todos os tipos como corporações, Private Equity, Family Offices e outros:
O Maior IPO do Ano (adiado)
A Ant Group, braço de soluções financeiras do grupo Alibaba, de Jack Ma, estava próxima de fazer o maior IPO da história, com uma captação esperada de US$ 34,5 bilhões. Com o IPO, a empresa estaria avaliada em mais de US$ 330 bilhões, o que a figuraria como mais valiosa que PayPal e JPMorgan, por exemplo.
O IPO não foi efetivado, porque reguladores da Bolsa da China pediram o adiamento do processo alegando não conformidade com a divulgação de informações.
A empresa chinesa é uma plataforma completa de serviços financeiros com meio de pagamentos, crédito, investimentos, seguros, entre outros. No ano de 2019, a Ant apresentou receita de US$ 18 bilhões, expandindo 41%.
Um dos fatos interessantes, como colocado neste tweet, é que, após o IPO da Ant, o Grupo Alibaba deverá gerar cerca de 25 novos bilionários, entre as pessoas de liderança, o que mostra uma generosidade de Jack Ma com sua equipe. Já a Amazon, que tem o valor de mercado de pelo menos duas vezes do Grupo Alibaba, gerou apenas dois bilionários (Jeff Bezos e sua ex-esposa).
Para maiores detalhes sobre o Grupo da Ant, performance e o IPO, recomendo este artigo.
Locaweb Adquire a Vindi
A Locaweb anunciou nessa semana a aquisição da Vindi, plataforma SaaS de pagamentos recorrentes. Foi investida pelo Criatec 2 (fundo do BNDES) e Confrapar. O preço da aquisição foi de R$ 180 milhões. Esse valor representa cerca de 30% da captação primária do IPO da Locaweb, em fevereiro/20.
De acordo com fontes, em 2019, a Vindi faturou cerca de R$ 30 milhões em 2019, com crescimento de mais de 100%, o que traz um múltiplo de Valor da Empresa sobre Receita de 2019 (EV/Sales 2019) de 6x. Se considerarmos um crescimento para Vindi de 70% em 2020, o múltiplo da aquisição ficaria por volta de 3x a receita anual, em média, das aquisições das empresas SaaS da B3.
O racional da aquisição parece bem interessante para questões de transações recorrentes na base e fortalecimento da base de cliente de serviços.
Mercado de Imóveis Comerciais de SF
O alto custo de vida da cidade e o trabalho remoto está de fato alterando o mercado de imóveis corporativos na cidade de San Francisco, na Califórnia. A disponibilidade de imóveis vagos e imóveis para sublocação disparou no último trimestre. Com isso o preço da locação vem caindo bastante.
Também, foi noticiado que a Stripe, gigante de tecnologia para meios de pagamento, anunciou uma oferta aos seus funcionários: US$ 20 mil de bônus para quem quiser se mudar da cidade de San Francisco, mas que também implicaria em uma redução salarial de 10%. Segundo a empresa, a iniciativa visa viabilizar a opção de se mudar para outras cidades, onde o custo e qualidade de vida possam ser melhores.
Uma das grandes mudanças estruturais foi a manutenção negativa do mercado de imóveis comerciais. Esse post da a16z apresenta um framework simples e prático para tomada de decisões sobre teses de investimento em momentos de grandes mudanças como, por exemplo, de uma pandemia como a COVID-19.
O que Mais Temos Lido de Interessante
#Notícias
Uber descontinua operações em Argentina e Colômbia para focar em Brasil e México - LatamList
Novo fundo Alexia, de ex-gestores da DGF, prepara fundo de US$ 100 milhões para investir no Brasil - Exame
#Venture Capital
Tentando descobrir o valuation da compra da Doghero pela Petlove, apenas com dados públicos - Leonardo Tonello (LinkedIn)
#Lições para Empreendedores
Importante leitura do relato bem interessante sobre as implicações do burnout pelo CEO e co-fundador da Buffer - Blog da Buffer
A importância de calcular o tamanho de mercado bottom-up e os desafios de diferentes mercados - Sequoia
Lembrando, se puder, responda as três perguntas rápidas neste formulário.
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